Mulheres atacadas por cobras em Jaraguá do Sul continuam internadas
No verão, esses répteis procuram lugares mais frescos e também saem em busca de alimentosDiego Rosa | diego.rosa@an.com.br
As duas mulheres que foram picadas por jararacas em Jaraguá do Sul continuam internadas no Hospital São José da mesma cidade. Dalva Maria Eger, 33 anos, e Rosângela Pinheiro, 52, estão recebendo soro e apresentam quadro estável, sem risco de morte.
Elas foram feridas pelos répteis na manhã de quarta-feira, quando estavam em casa. Dalva mora no bairro Morro da Boa Vista e Rosângela no Rio Molha. A região tem muita mata próxima e isso facilitou o acesso das cobras.
As jararacas foram mortas logo depois que atingiram as vítimas. Os casos servem de alerta por causa da temporada de verão. Nessa época, devido ao calor, esses répteis procuram lugares mais frescos e também saem em busca de alimentos.
No ataque contra Dalva, a cobra estava embaixo da cama onde ela e o marido dormiam. Era por volta das 6h30 quando ela foi pegar o telefone celular que estava no chão e logo sentiu a picada de um filhote de jararaca que media cerca de 50 centímetros de comprimento.
— A cobra chegou a ficar presa na minha mão. Acordei o meu marido e ele viu que ela estava na cama. Aí, ele matou ela com chinelada — contou.
As duas mulheres atendidas foram medicadas com soro antibotrópico para estancar o efeito do veneno. Mesmo assim Dalva se queixou de dores no dedo que foi picado pela cobra.
— Tenho dor de cabeça e muita sonolência — contou.
Ela está preocupada porque o local onde mora, no bairro Morro da Boa Vista, tem muito mato ao redor.
— Fico preocupada com os meus cinco filhos. Dois deles estavam dormindo no chão. Não sei como a cobra entrou em casa. Vou ter que fazer uma limpeza no mato e pedir para o dono do terreno vizinho fazer o mesmo — disse Dalva.
A enfermeira chefe do Pronto Socorro, Janete Borille, disse que o tempo de internação para a recuperação dessas picadas é de três dias. Ela orientou as pessoas que forem picadas por répteis que procurem levar junto para o hospital o animal — vivo ou morto — que provocou o ferimento.
— Assim fica mais fácil sabermos que tipo de soro vamos dar e ganhamos tempo no atendimento — explicou.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul, Jean Carlos Walz, disse que os casos de quarta foram bem atípicos de atendimento porque foram duas ocorrências com poucas horas de diferenças.
Segundo ele, mesmo que o período do verão seja um facilitador para a presença das cobras em região com mais vegetação, são poucas as situações de cobras atacando pessoas. Ele orienta a quem sofrer uma picada para não mexer no ferimento e nem forçar o locar que foi atingido.
— O ideal é chamar os bombeiros ou a equipe do Samu para fazer o atendimento — orientou.
Dicas para quem for picado
— Não tente cortar o ferimento para provocar a saída do sangue
— Não coloque a boca no local do ferimento para tentar retirar o veneno
— Não passe gelo, água, pó de café, pasta de dente ou pomadas no local da picada
— Deixe o local imobilizado e chame os bombeiros para fazer o atendimento até o hospital
— Cobras mais comuns encontradas na região do Vale do Itapocu
PEÇONHENTAS
Coral 60 cm
Jararaca 120 cm
Jararacuçu 150 cm
NÃO-PEÇONHENTAS
Caninana 250 cm
Cobra-d'água 100 cm
Cobra-cipó 120 cm
Coral-preta 60 cm
Dormideira 40 cm
Dormideira-branca 30 cm
Jararaquinha 50 cm
Papa-rã 60 cm
OUTROS ANIMAIS
Cobra-de-vidro (lagarto) 30 cm
Cobra-cega (anfi sbena) 20 cm
Cobras e outros animais silvestres são protegidos pela lei 9605/98, dos crimes ambientais. No caso das cobras venenosas, a Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone 199 para retirar a cobra da residência com segurança. O atendimento aos feridos pode ser feito pelos bombeiros no 190 ou nos Samu 192.
AN.COM.BR
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