Mineiros podem ser resgatados neste fim de semana
Os homens estão presos a 700 metros de profundidade há dois meses
Familiares rezam pelos mineiros em missa realizada no acampamento próximo à mina de San Jose (Ariel Marinkovic/AFP)
Faltam 160 metros para alcançar os homens, diz o responsável pela perfuração
Engenheiros que trabalham no resgate dos 33 operários chilenos presos há dois meses na Mina de San Jose, a 700 metros de profundidade, esperam trazê-los de volta à superfície já neste fim de semana. A primeira previsão era de que a libertação dos mineiros seria possível apenas em dezembro - quatro meses depois do acidente que os soterrou, em agosto. Conforme os trabalhos avançavam, as estimativas ficavam mais otimistas. Na segunda-feira, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, adiantou que o resgate ocorreria antes de sua viagem à Europa, prevista para o próximo dia 17.
Segundo o responsável pelas operações de perfuração, Pedro Buttazzoni, falta pouco para chegar à galeria onde os homens estão presos: cerca de 160 metros. Ele, que é diretor da companhia especializada chilena Geotec, disse que espera terminar a perfuração em três ou quatro dias. Contudo, a equipe de resgate ainda discute se será preciso cobrir o túnel com metal para retirar os mineiros, como havia sido planejado anteriormente. Se isso for necessário, o processo pode levar mais alguns dias. “Já havia sido decidido que a cobertura de metal não seria necessária. É perfeitamente possível que os mineiros sejam resgatados no fim de semana”, destacou.
O acidente - Os 33 mineiros trabalhavam na mina de San José, no deserto do Atacama quando, no dia 5 de agosto, um desmoronamento bloqueou a saída do local, deixando-os presos a 700 metros de profundidade. A confirmação de que todos haviam sobrevivido ao acidente veio somente 17 dias depois, quando equipes de resgate fizeram o primeiro contato com eles, que anunciaram: "Estamos bem no refúgio, os 33.”
Desde então, o governo chileno trabalha em um lento processo de salvamento, enquanto os familiares se acomodam em um acampamento próximo à espera de notícias - que são enviadas por meio de vídeos e cartas. Conectados à superfície por pequenos dutos por onde são enviados alimentos, remédios e água, eles falaram diretamente com o presidente Piñera, foram cumprimentados pelo Papa Bento XVI, e receberam ajuda da Nasa.