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quinta-feira, 3 de março de 2011

PIB do Brasil cresce 7,5% em 2010 e tem maior alta em 24 anos

Crescimento da economia no 4º trimestre do ano passado foi de 0,7%
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou um crescimento de 7,5% no ano de 2010, a maior alta para o indicador desde 1986, quando também foi registrada variação de 7,5%.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, no quatro trimestre de 2010, a alta foi de 0,7% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2009, a variação foi de 5%.
A maior variação do PIB no país foi registrada em 1973, quando o crescimento chegou a 14%.
Para o economista e professor da PUC-SP Antonio Corrêa de Lacerda, um dos fatores que contribuíram para o bom resultado no ano passado foi o conjunto de medidas adotadas pelo governo em 2009, quando houve aumento de gastos públicos, redução de impostos e expansão do crédito, o que contribuiu para um aumento do consumo.
Lacerda acrescenta, no entanto, que a variação expressiva do PIB em 2010 também se deve, pelo menos em parte, ao fato de a economia brasileira ter encolhido no ano anterior, quando a crise global provocou uma retração de 0,6%.
'Este crescimento é normal, considerando que a base de comparação é fraca', avalia o economista.
Superaquecimento
Já o professor de Macroeconomia da FGV-SP Robson Gonçalves observa que os números do ano passado indicam uma recuperação da economia ainda acima do nível de 2008 (quando o PIB cresceu 5,2%), algo que outros países ainda não conseguiram.
Na opinião de Gonçalves, no entanto, o resultado de 2010 também reforça os sinais de que houve um superaquecimento da economia brasileira no ano passado.
'As medidas anticíclicas tomadas em 2009 foram excessivamente voltadas para o consumo', diz o economista. 'Some-se a isso a falta de investimento produtivo, temos um desequilíbrio entre oferta e demanda, gerando superaquecimento.'
Na comparação com o resultado do PIB de outros países em 2010, a alta do Brasil é superior à dos Estados Unidos, que foi de 2,8%, e da União Europeia, com 1,7%. No entanto, o país ficou atrás de China (10,3%) e Argentina (9,1%).
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